O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Viagem sem adeus — Mensagens familiares de Cláudio R. A. Nascimento


Palavras de mãe

Este livro é mais uma prova de que a morte não existe. Uma semana após do acidente ocorrido com meu filho, Claudinho me apareceu pedindo que eu orasse pelo primo Francisco, desencarnado poucos meses antes. Pareceu-me muito sofrido, mas conformado. Outras aparições se sucederam em sonhos, recomendava-me não chorar tanto e ter paciência com o seu pai que muito sofria…

Noventa dias após a partida do Claudinho, viajamos para Uberaba ao encontro do respeitável Sr. Francisco Cândido Xavier, que nos recebeu com muito carinho. Hoje, temos a satisfação de um queridíssimo amigo.

Eu chorava muito, e nesse primeiro contato, Chico dizia-nos que Claudinho estava presente e pedia para que me acalmasse. À noite, na reunião do Grupo Espírita da Prece, recebi sua primeira e confortadora mensagem. Claudinho narrava o que lhe tinha acontecido. Na minha tristeza, foi muita alegria, não tenho palavras para descrever.

A presença e a certeza de que meu filho vivia, mudou toda a minha vida. Procurei vivê-la por outro prisma.

Assuntos interessantes e muitos casos surgiram com esta minha nova visão. De família numerosa e de fervorosa crença católica, sofri com a incompreensão dos meus familiares por minha convicção espírita.

Mesmo assim, seguia convicta da existência do Espírito após a morte. Muitos sonhos me levaram estar com Claudinho, uma tarde ao descansar, passei pelo sono e sonhei estar com Claudinho em uma espécie de “aeronave”, parecendo mais um elevador antigo. Estavam lá também, Chico Xavier, e muitas outras pessoas desconhecidas para mim. Viajávamos nessa estranha “aeronave” e eu olhava em todas as direções, e olhando para baixo me foi possível observar um lugar lindo, todo colorido, parecendo ser um belíssimo jardim de flores, o multicolorido encantava-nos a todos. Acordei emocionada agradecendo a Deus por esse momento de felicidade.

No final da tarde desse mesmo dia, meu marido me presenteou com belíssimo buquê de flores bem coloridas. Surpreendi-me, pois meu marido não tem esse hábito. A surpresa estava reservada para logo mais, ao ouvir Claudinho me dizer: “Um buquê de flores de todas as cores.”

Um fato interessante me fez alimentar ainda mais a certeza de sua presença. À noite, por sofrer de insônia, costumo ficar até altas horas da madrugada assistindo programas de televisão, quando ouvi algumas batidas no vidro de minha janela, estranhei esse fato, por eu morar no 3.º andar de um edifício. Intrigada perguntei: — É você meu filho? se for, bata 3 vezes. Passados alguns segundos, ouvi as três batidas na janela.

Outro momento que me marcou, foi que não tínhamos comprado jazigo em cemitério, por isso, Claudinho foi sepultado no túmulo de outra família, a qual ficamos muito agradecidos. Logo apressei-me para resolver essa situação, compramos um jazigo. Sentia a presença constante de Claudinho, preocupado, e em pensamento, me dizia estar tudo bem. No dia do traslado de seu corpo ele me apareceu muito emocionado e disse: “Mamãe, as roupas e os meus sapatos estão do mesmo jeito que foram enterrados”. Alguns minutos depois, o meu genro me telefona do cemitério para pedir alguns dados e disse-me a mesma frase que eu houvera ouvido de Claudinho: “Dona Therezinha, as roupas e os sapatos estão intactos.” Nessa mesma semana viajei para Uberaba e recebi nesse dia 17.03.1984 uma mensagem confirmando pela palavras de Claudinho o esforço despendido. Assim expressou-se meu filho: “O seu carinho não desejava que as minhas últimas lembranças ficassem encerradas num refúgio de outra família. Creia que os seus cuidados me enterneceram, desde que desabrocharam em sua mente. Um abrigo somente para nós, um lugar à parte em que todos estivéssemos juntos no futuro.”

Outra feita, em Uberaba, no hotel, comecei a orar e pedir ao Benfeitor Emmanuel, Mentor Espiritual de Chico Xavier, que ajudasse Claudinho caso ele pudesse enviar sua mensagem. Terminei minha oração e dirigi-me ao Grupo Espírita da Prece, lá encontrando alguns amigos da cidade de Mirassol, do interior de São Paulo. Adelino Silveira perguntou-me: — Emmanuel e Claudinho estão juntos? Lembrei-me de minha oração no hotel respondendo a ele que sim. A mesma pergunta foi feita para o meu marido que não a entendeu, pois, não podia imaginar o que se passava em meus pensamentos. Comentou comigo essa estranha pergunta, e eu o esclareci. Assim, a esperança acalentou o meu coração entendendo: Deus nunca nos deixa desamparados de sua proteção.

O tempo passou, e Claudinho em uma de suas cartas, sugeriu-nos a abertura de uma Casa de Caridade na cidade de Sarapuí, no Estado de São Paulo, onde temos uma chácara. Na carta ele chamou minha atenção para com as pessoas com problemas espirituais e não tendo onde se socorrer. Nessa cidade não existia um Centro Espírita Cristão. Animados por essa sugestão, a Casa da Prece e Caridade CLÁUDIO ROGÉRIO ALVES NASCIMENTO, foi inaugurada em fevereiro de 1992.

Hoje esta casa congrega um grande número de crianças que nos felicitam, e proporcionam a oportunidade da ajuda espiritual nos estudos da Doutrina Espírita Cristã.

Um apelo às mãezinhas agoniadas pela partida de seus queridos filhos, orem muito, na certeza de que eles estão claramente vivos e que precisam de nossa paz.

Agradeço a Jesus, o nosso Divino Mestre e Senhor, a dádiva espiritual em podermos colaborar na publicação deste livro, e, de alguma forma, ajudar as famílias, principalmente, as que não tiveram a mesma oportunidade que nós tivemos.

Agradeço, ao meu marido, aos meus filhos, e aos meus familiares, que por compreensão e paciência, sofrerem calados, amparando-me em meu sofrimento de mãe. Meus heróis, meus amigos, Deus os abençoe!

Agradeço à Deus pela Doutrina Espírita, maravilhosa, que nos conforta, e abençoe Francisco Cândido Xavier, o nosso amigo querido Chico Xavier, pelos seus 72 anos de trabalho mediúnico, pelo seu amor aos carentes e pelo seu carinho e respeito às mães que o procuram.

Agradeço, aos meus amigos do IDEAL — Instituto Divulgação Editora André Luiz, que muito me ajudaram, especialmente ao nosso saudoso Orlando Moreno e Tereza, n ao Rubens Silvio Germinhasi e Marina, n ao Osvaldo Godoy e Lourdes.


ENCONTRO COM A PAZ

NO HOSPITAL DO CORAÇÃO, DOM JÚLIO E CLAUDINHO

Fui hospitalizada para fazer um exame de cateterismo. Confesso que sempre tive medo em passar por esse exame, mas não havia outra saída. Pedi a Deus coragem, pois estava muito preocupada com o resultado.

Quando começaram a me preparar para esse exame, me apavorei. Eu orava e chorava. Os médicos me tranquilizavam, fazendo perguntas sobre a minha família, dos meus filhos e dos meus netos, conversavam muito sobre vários assuntos, até sobre a copa do mundo, etc.…

De súbito, ao meu lado esquerdo, apareceram o meu filho Claudinho e o bispo Dom Júlio Maria Matiolli. Fiquei tão feliz que esqueci estar fazendo exame, senti-me em paz. Dom Júlio falava sobre as minhas dúvidas com relação a “Casa da Prece” e sobre o meu filho, perguntei a ele se o Claudinho lhe criava muito problema. Dom Júlio sorriu e me disse: — O seu filho é luz. Também me sugeriu que não deixasse de ir visitar o Chico Xavier.

Foi um momento bonito e inesquecível. Quanto ao exame, os médicos comentavam que eu estava diferente, com expressão muito boa. Eu lhes respondia: — É que vocês não estão vendo, o que eu estou vendo…

Pedi para o Dom Júlio se ele podia ajudar para que o meu exame terminasse rapidamente, e, logo em seguida, os médicos anunciaram: — Já terminamos, e o melhor, a senhora não tem nada no seu coração, logo será liberada. Fui levada para o meu quarto, onde minha família me esperava. Contei-lhes calmamente o ocorrido e lhes disse: — Se for para ver o que eu vi, quero fazer cateterismo novamente!


OUTUBRO DE 1998


Nesse mês, um certo dia, passei muito mal de saúde por ter tido uma infeção intestinal e muitos lances de vômito, considerando que duas horas mais tarde quando do ocorrido, eu não conseguia me levantar estando próxima a um desmaio.

Meu marido, preocupado, às pressas chamou uma ambulância e, graças a Deus, chegamos muito rápido ao hospital 9 de Julho. De imediato, os médicos atendentes pensaram se tratar de um princípio de cólera.

Era um adiantado processo de desidratação, a ponto dos médicos suporem eu não estar mais enxergando. Mas estava lúcida, e achava estar só, por não perceber pela minha sensibilidade a presença do meu mentor espiritual.

Os médicos preocupados com a minha situação, pediram autorização para a família, para uma transfusão de sangue. Lembrei-me de uma amiga que havia falecido por uma transfusão com sangue contaminado.

Com fé da presença do Claudinho, falei a ele: — Me ajuda, eu não vou tomar esse sangue, é muito perigoso. O médico responsável estava com o frasco do sangue em suas mãos; passou-o para o colega, que por sua vez, passou-o para outro, e assim, esse frasco foi passando de mão em mão, e dessa forma, acabou retornando ao banco.

Os profissionais médicos que lá estavam para o trabalho, passaram a cobrar com certa insistência o sangue, obrigando o médico responsável, responder que deixassem o sangue de lado e que ele resolveria o que fazer. Fiquei uma semana hospitalizada, mas não precisei fazer a transfusão de sangue, conforme a orientação médica.

Feliz com a alta hospitalar, e a presença de meu filho Claudinho ali despedindo-se com a sua costumeira frase: com o agradecimento do filho ausente presente.


UM GRANDE AMIGO


Esta página dedico ao nosso generoso amigo espiritual, o Monsenhor Dom Júlio Maria Matiolli, prelado bispo católico do Acre.

Raimundo e eu nos casamos muito cedo, e muito cedo geramos os nossos filhos.

O ramo de atividade e negócios do Raimundo na época era o Seringal, forçando a ele para desenvolver o seu trabalho, viajar muito, e em pequenos barcos no rio Abunã, situado entre o Acre e a Bolívia. Certa ocasião, Dom Júlio esboçou o desejo de acompanhá-lo em uma dessas viagens.

Assim aconteceu. Visitaram várias aldeias indígenas. Levaram aproximadamente nessa viagem uns quarenta dias para terminá-la, porque em cada aldeia, Dom Júlio Matiolli aproveitava para batizar e celebrar casamentos. Foram celebrados mais de cem batizados e casamentos, e em todos, o Raimundo foi o padrinho.

Em 1960 mudamos para São Paulo e perdemos contato com Dom Júlio. Quatro anos antes da partida do Claudinho, ocorrida em 1980, Dom Júlio Matiolli apareceu espiritualmente em nossa casa na hora do nosso Evangelho no Lar, e de imediato não o reconheci, ele estava vestido com o mesmo hábito, quando do nosso relacionamento.

Dessa maneira ele apareceu-me outras vezes, sempre silencioso. Claudinho, em sua segunda mensagem, fala do seu encontro com Dom Júlio, visitando os mesmos lugares em que esteve em vida terrena com o seu pai Raimundo.

Emocionante, fiquei muito feliz. Deus o abençoe.

Claudinho sempre o menciona nas suas mensagens psicografadas pelo nosso irmão de fé Chico Xavier.


Therezinha A. do Nascimento


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