O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Chico Xavier: O Primeiro Livro — Autores diversos

Parte III — Chico Xavier: Psicografia

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Sonetos

I


  1 Eu fui pedir à Natureza, um dia,

  Que me desse um consolo a tantas dores;

  Desalentado e triste, pressenti-a

  Cansada e triste como os sofredores.


  2 Encaminhei-me à porta da Agonia,

  Corroído por chagas interiores,

  Buscando a morte que me aparecia

  Como o termo anelado aos dissabores,


  3 Desvendando esse trágico segredo

  Que a alma decifra, pávida de medo,

  Com ansiedade e temores dos galés…


  4 Mas ah! que atroz remorso me persegue!

  Choro, soluço, clamo e ele me segue

  Nesse abismo que se abre ante os meus pés.


II


  1 Ninguém ouve na Terra esse lamento

  Da minha dor imensa, incompreendida,

  Nas pavorosas trevas desta vida

  Em que eu julgava achar o Esquecimento.


  2 Tenebrosa, essa noite indefinida,

  Cheia de tempestade e sofrimento,

  No país do Pavor e do Tormento

  Onde chora a minhalma enceguecida.


  3 Onde o não-ser, a paz calma e serena,

  Que me traria o bálsamo a esta pena

  Interminável, rude, dolorosa?


  4 Ninguém! Uma só voz não me responde!

  Sinto somente a treva que me esconde

  Na vastidão da noite tormentosa…


III


  1 Sirva-vos de escarmento a dor que trago

  Na minhalma infeliz e sofredora,

  Este padecimento com que pago

  O desvio da estrada salvadora


  2 Aqui somente ampara-me esse vago

  Pressentimento de uma nova aurora,

  Quando terei os bens, o brando afago

  Da Luz, que está na dor depuradora.


  3 Agora, sim! depois de tantos anos

  De tormentos, em meio aos desenganos,

  Espero o sol de novas alvoradas


  4 De existências de pranto e de miséria,

  Para beber no cálix da matéria

  As essências das dores renegadas!


Batista Cepelos



Na sessão de 15-07-1933.

Essa mensagem foi também publicada pela FEB e é o 18º capítulo do livro “Parnaso de Além-Túmulo


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