O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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O Evangelho por Emmanuel — Volume V — 2ª Parte ©

Textos paralelos de Atos dos apóstolos e Paulo e Estêvão

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A carta aos gentios

22 Então, pareceu [bem] aos apóstolos e aos anciãos, com toda a Igreja, depois de escolher varões entre eles, enviar para Antioquia, com Paulo e Barnabé, Judas, chamado Barsabás, e Silas, varões que eram líderes entre os irmãos. 23 Tendo escrito pelas mãos deles: os Apóstolos e os irmãos anciãos, aos irmãos, dentre os gentios, que [estão] em Antioquia, Síria, e Cilícia, saudações! 24 Visto sabermos que alguns [que saíram] dentre nós, aos quais não ordenamos, vos censuraram com palavras, pervertendo vossas almas, 25 nos pareceu [bem], estando unânimes, escolher varões e enviá-los para vós, com os nossos amados Barnabé e Paulo, 26 homens que entregaram suas almas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. 27 Portanto, enviamos Judas e Silas, que anunciam, eles mesmos, essas [coisas] por palavra. 28 Pois, pareceu [bem] ao Espírito Santo e a nós [não] ser imposto mais nenhum peso sobre vós, senão essas [coisas] necessárias: 29 absterem-se das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, do [animal] estrangulado, e da infidelidade. Fareis bem, guardando a vós mesmos destas coisas. Saúde! 30 Assim, os que haviam sido despedidos desceram para Antioquia e, reunida a multidão, entregaram a epístola. 31 Depois de lerem, alegraram-se com a exortação. 32 Judas e Silas, sendo eles próprios profetas, exortaram e fortaleceram os irmãos através de uma fala longa. 33 Passado [algum] tempo, foram despedidos em paz pelos irmãos, e [retornaram] para aqueles que os tinham enviado. 34 [Mas, pareceu bem a Silas permanecer ali]. 35 Paulo e Barnabé permaneceram em Antioquia, ensinando e evangelizando, com muitos outros a palavra do Senhor. — (Atos 15:22-35)


44 […] No dia seguinte os trabalhos foram encerrados, lavrando-se as resoluções em pergaminho. Pedro providenciou para que cada irmão levasse consigo uma carta, como prova das deliberações, em virtude da solicitação de Paulo, que desejava exibir o documento como mensagem de emancipação da gentilidade.


45 Interpelado pelo ex-pescador, quando se achavam a sós, sobre as impressões pessoais dos trabalhos, o ex-doutor de Jerusalém esclareceu com um sorriso:

— Em suma, estou satisfeito. Ficou resolvido o mais difícil dos problemas. A obrigatoriedade da circuncisão para os gentios representava um crime aos meus olhos. Quanto às emendas de Tiago, não me impressionam, porquanto a idolatria e a luxúria são atos detestáveis para a vida particular de cada um; e, quanto às refeições, suponho que todo cristão poderá comer como melhor lhe pareça, desde que os excessos sejam evitados.


46 Pedro sorriu e explicou ao ex-rabino seus novos planos. Comentou, esperançoso, a ideia da coleta geral em favor da igreja de Jerusalém, e, evidenciando a peculiar prudência, falou preocupado:

— Teu projeto de excursão e propaganda da Boa Nova, procurando angariar alguns recursos para solução de nossos mais sérios encargos, causa-me justa satisfação, entretanto, venho refletindo na situação da igreja antioquena. Pelo que observei de viso, concluo que a instituição necessita de servidores dedicados que se substituam nos trabalhos constantes de cada dia. Tua ausência, ao demais com Barnabé, trará dificuldades, caso não tomemos as providências precisas. Eis por que te ofereço a cooperação de dois companheiros devotados, que me têm substituído aqui nos encargos mais pesados. Trata-se de Silas  †  e Barsabás,  †  dois discípulos amigos da gentilidade e dos princípios liberais. De vez em quando, entram em desacordo com Tiago, como é natural, e, segundo creio, serão ótimos auxiliares do teu programa.


47 Paulo viu no alvitre a providência que desejava. Junto de Barnabé, que participava da conversação, agradeceu ao ex-pescador, profundamente sensibilizado. A igreja da Antioquia teria os recursos necessários que os trabalhos evangélicos requeriam. A medida proposta era-lhe muito grata, mesmo porque, desde logo tivera por Silas grande simpatia, presumindo nele um companheiro leal, expedito e dedicado.

Os missionários de Antioquia ainda se demoraram três dias na cidade, após o encerramento do Conselho,  †  tempo esse que Barnabé aproveitou para repousar em casa da irmã. Paulo, contudo, declinou do convite de Maria Marcos e permaneceu na igreja, estudando a situação futura, em companhia de Simão Pedro e dos dois novos colaboradores.


48 Em atmosfera de grande harmonia, os trabalhadores do Evangelho versaram todos os requisitos do projeto.

Fato digno de nota a reclusão de Paulo, junto aos Apóstolos galileus, jamais saindo à rua, para não entrar em contato com o cenário vivo do seu passado tumultuoso.

Finalmente, tudo pronto e ajustado, a missão se dispôs a regressar. Havia em todas as fisionomias um sinal de gratidão e de esperança santificada nos dias do porvir. Verificava-se, no entanto, um detalhe curioso, que é indispensável destacar. Solicitado pela irmã, Barnabé dispusera-se a aceitar a contribuição de João Marcos, em nova tentativa de adaptação ao serviço do Evangelho. Considerando a boa intenção com que acedera aos pedidos da irmã, o ex-levita de Chipre achou desnecessário consultar o companheiro de esforços comuns. Paulo, porém, não se magoou. Acolheu a resolução de Barnabé, um tanto admirado, abraçou o jovem afetuosamente e esperou que o discípulo de Pedro se pronunciasse, quanto ao futuro.


49 O grupo, acrescido de Silas, Barsabás e João Marcos, pôs-se a caminho para Antioquia, nas melhores disposições de harmonia.

Revezando-se na tarefa de pregação das verdades eternas, anunciavam o Reino de Deus e faziam curas por onde passavam.

Chegados ao destino, com grandes manifestações de júbilo da gentilidade, organizaram o plano colimado para dar-lhe imediata eficiência. Paulo expôs o propósito de voltar às comunidades cristãs já fundadas, estendendo a excursão evangélica por outras regiões onde o Cristianismo não fosse conhecido. O plano mereceu aprovação geral. A instituição antioquena ficaria com a cooperação direta de Barsabás e Silas, os dois companheiros devotados que, até ali, haviam constituído duas fortes colunas de trabalho em Jerusalém.


Emmanuel



(Paulo e Estêvão, FEB Editora. Segunda parte. Capítulo 5, pp. 349 a 351. Indicadores 44 a 49)


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