O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Militares no Além — Autores diversos


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O marasmo não foi feito para nós

17/01/1951


1 Meus filhos, Deus conceda a vocês todos muita paz, saúde e bom-ânimo na concorrência benéfica aos grandes prêmios da luz que a Terra nos oferece. Particularmente abraço com muito afeto ao Aurélio e à Julinha, desejando-lhes, junto aos netos, muita alegria e reconforto.

2 Sou eu, meu caro Aurélio, quem lhe traz a visita direta de hoje. Presença de amigo velho que não pode esquecer, lembrança de quem cultiva o reconhecimento no coração.

3 Acompanho o serviço reconstrutivo de sua saúde, com a dedicação de todos os dias. A luta carnal é uma frente de batalha, de cujas linhas o soldado não deve ser retirado às pressas. Quanto mais capacidade de suportar as dificuldades e tropeços maior mérito! É necessário permanecer, portanto, de coração armado pelos recursos do bem para não sucumbirmos aí, dentro da fortaleza de nossa própria alma.

4 Não ceda às sugestões do desânimo. Quem se confia ao desalento, nessa guerra bendita pela evolução maior, entrega-se ao pior inimigo. Cabeça erguida e tranquila sobre o peito robusto e aberto: eis o sinal de nossa disposição sadia para a vitória.

5 Em nosso combate de agora, quem descansa os braços ergue as forças da mente empobrecida para o triunfo real. 6 Há muito serviço esperando por nós e por que razão abandonar a Terra aos cuidados e cogitações de si própria? Aqui compreendemos nela a nossa “velha mãe”, necessitada de nosso amparo eficiente e de nosso carinho vigilante.

7 Ainda agora você sabe que potenciais de energia defensiva precisamos extravasar na preservação do patrimônio cultural e assistencial que nos foi conferido. A Cúria examina planos para senhorear todos os recursos das associações de fundo religioso com administração secular e assim como o marinheiro experimentado contempla a tempestade a distância, adivinhando-lhe a vinda a ligeiros toques de vento, precisamos trabalhar em silêncio para desintegrar, nos primórdios, a tormenta de ambições desmedidas que se desenha sobre a Cruz.

8 Os nossos amigos padres, naturalmente, se enamoram cada vez mais intensivamente das graças do Senhor que se acumularam em nossas mãos, à custa do sacrifício, da boa vontade e do suor de muitos e só nos cabe, primeiramente, refletir sobre o assunto rogando ao Senhor nos liberte das influenciações perturbadoras e escusas e, em segundo lugar, agir com critério e prudência, a fim de não perdermos para mãos desorientadas o serviço que o Alto nos conferiu.

9 Vivemos no Brasil de hoje horas muito incertas. Não sabemos a que nos poderão conduzir as seleções do povo em matéria de escolha dos seus legisladores representantes, mas se o próprio mundo está em hora crepuscular, imaginemos a posição grave da nossa gente diante dos problemas que se avolumam! Consola-nos a meada obscura dos acontecimentos atuais, a certeza de que o nosso país está desempenhando e consolidando, com a supervisão do Cordeiro de Deus, importante missão sob a luz do Cruzeiro. 10 Apesar de todos os labirintos, ainda é aqui que desfrutamos as melhores expressões de fraternidade e paz e, embora nos pareça à primeira vista menos apto à união e ao autogoverno, o povo do Brasil ainda é o mais feliz do Planeta na hora da transição que atravessamos. Aqui o espírito pode soltar as próprias asas intangíveis e pensar, imaginar, esperar e crer no futuro como melhor lhe pareça, ao passo que em muitas nações vigorosas e opulentas a preparação bélica confere um sinistro sentido às suas preocupações.

11 Creia, meu caro Aurélio, que nenhum de nós repousou depois da libertação da matéria mais densa! Estamos trabalhando com mais aplicação à realidade para que nossos antigos princípios nos códigos da lealdade e da honra não desapareçam. Nuvens terríveis se amontoam sobre a face do mundo. Por enquanto parecem distantes, imprecisas… Mas daqui lhes conhecemos a força e o negrume! 12 Até o momento da divina determinação, permanecerão invisíveis para vocês na Terra, mas são realidades positivas que se abaterão sobre o Planeta com a naturalidade de um serviço regenerador e restaurador em grande escala. Mas de nossa parte, na posição de lavradores prevenidos, achamo-nos em preparo, a fim de selecionar os valores para a sementeira futura. 13 Encha o seu coração de entusiasmo e coragem! A sua palavra está quase que plenamente ajustada e um homem, mormente quando soldado de nossa condição, pode e deve fazer muito em favor de todos com o verbo ponderado, ardente e simples. O marasmo não foi feito para nós e, por isso, graças a Deus, vemos a energia com que se refaz para reassumir, com plenitude de eficiência, os seus deveres, com nosso conceito de servidores do bem.

14 Que Jesus, meu amigo, nos auxilie a todos e nos permita a satisfação de observá-lo completamente restabelecido para o bom combate. É o que todos nós, os seus amigos de Cá, desejamos com o fervor de nossa velha e inalterável amizade.

15 Meu abraço à nossa querida Julinha, esperando eu que prossiga forte e bem disposta, como sempre, até a vitória final! Continuamos a esperar muito da minha querida filha a benefício dos nossos trabalhos espirituais. Há compromissos, Julinha, que nos acompanham por muitos e muitos anos pela redenção que nos propomos atingir. Assim, pois, contamos sempre com a sua fortaleza na abençoada tarefa que o Alto lhe confiou.

16 Registro, com sincera satisfação, a continuidade do mesmo ambiente de amor, serenidade e fé que os meus netos estão sustentando na casa nova. Muito simpáticas as vibrações deste lar que se converteu realmente num santuário de luz. Do que se pode fazer na Terra, como posto de refazimento para a luta necessária e inadiável, o templo doméstico é a maior das realizações!

17 Que Deus nos ilumine e fortaleça cada vez mais. E reunindo a você, meu caro Aurélio, com a nossa Julinha e todas as flores dos nossos corações num grande abraço, sou o velho companheiro muito reconhecido às suas afetuosas lembranças,


Pêgo Junior


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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