O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Livro da Esperança — Emmanuel


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No Reino em construção

“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar.” — JESUS — João, 14.2.


“Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação.” — Cap. III, 14.


1 Escutaste o pessimismo que se esmera em procurar as deficiências da Humanidade, como quem se demora deliberadamente nas arestas agressivas do mármore de obra-prima inacabada e costumas dizer que a Terra está perdida.

2 Observa, porém, as multidões que se esforçam silenciosamente pela santificação do porvir.


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3 Compulsaste as folhas da imprensa, lendo a história do autor de homicídio lamentável e, sob extrema revolta, trouxeste ao labirinto das opiniões contraditórias a tua própria versão do acontecimento, asseverando que estamos todos no teatro do crime.

4 Recorda, contudo, os milhões de pais e mães, tocados de abnegação e heroísmo, que abraçam todos os sacrifícios no lar para que a delinquência desapareça.

5 Conheces jovens que se transviaram na leviandade, desvairando-se em golpes de selvageria e loucura e, examinando acremente determinados sucessos que devem estar catalogados na patologia da mente, admites que a juventude moderna se encontra em adiantado processo de desagregação do caráter.

6 Relaciona, todavia, os milhões de rapazes e meninas, debruçados sobre livros e máquinas, através do labor e do estudo, em muitas circunstâncias imolando o próprio corpo à fadiga precoce, para integrarem dignamente a legião do progresso.

7 Sabes que há companheiros habituados aos prazeres noturnos e, ao vê-los comprando o próprio desgaste a preço de ouro, acreditas que toda a comunidade humana jaz entregue à demência e ao desperdício.

8 Reflete, entretanto, nos milhões de cérebros e braços que atravessam a noite, no recinto das fábricas e junto dos linotipos, em hospitais e escritórios, nas atividades da limpeza e da vigilância, de modo a que a produção e a cultura, a saúde e a tranquilidade do povo sejam asseguradas.

9 Marcaste o homem afortunado que enrijeceu mãos e bolsos, na sovinice, e esposas a convicção de que todas as pessoas abastadas são modelos completos de avareza e crueldade.

10 Considera, no entanto, os milhões de tarefeiros do serviço e da beneficência, que diariamente colocam o dinheiro em circulação, a fim de que os homens conheçam a honra de trabalhar e a alegria de viver.


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11 Não condenes a Terra pelo desequilíbrio de alguns.

12 Medita em todos os que se encontram suando e sofrendo, lutando e amando, no levantamento do futuro melhor, e reconhecerás que o Divino Construtor do Reino de Deus no mundo está esperando também por ti.


Emmanuel



(Reformador, maio de 1963, p. 114)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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