O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Chico Xavier em Goiânia — Entrevistas — Emmanuel


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Chico Xavier em Goiânia

6. — Se determinadas enfermidades são provas para a regeneração dos Espíritos reencarnados, por que permitem os Mensageiros da Vida Superior o aparecimento de agentes medicamentosos que suprimem a dor?

Os Espíritos Amigos asseveram sempre que a dor não é filha da Lei Divina. A dor, dizem eles, é uma criação nossa. Explicam que toda a Ciência Médica procede da misericórdia de Deus, em favor de nós outros, neste mundo, quando infernizamos a própria consciência.

Criamos o processo culposo, atingimos o Mais Além, encontramo-nos doentes, à feição de criaturas que transportam em si o purgatório, ou aquilo que podemos considerar como sendo o lado infernal da vida e Deus nos concede a Medicina para que, na Terra, possamos aliviar o sofrimento ou curá-lo conforme o mérito ou o esforço que vamos adquirindo.

Por isso mesmo, a anestesia é uma conquista da Ciência Médica em favor da Humanidade, demonstrando que o Senhor de Justiça e Misericórdia não nos quer sofredores, conquanto não possa exonerar-nos da autorredenção.


7. — Os Espíritos amigos apresentam algum ponto de vista sobre o divórcio no Brasil?

Allan Kardec, no capítulo XXII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, ( † ) assevera que o divórcio é uma lei humana que vem consagrar determinada situação já existente entre os cônjuges.

Do ponto de vista humano, seria crueldade fugirmos à possibilidade do divórcio em algumas situações lamentáveis da vida, quando estamos certos de que as próprias organizações bancárias do mundo nos concedem reformas e nos proporcionam determinados prazos para o resgate de certas dívidas.

Necessitamos, porém, conscientizar-nos quanto ao assunto no Brasil, de vez que somos um povo demasiado jovem e precisamos habilitar a consciência coletiva para uma conquista de tamanha expressão na vida da criatura e na vida comunitária.


8. — Qual seria a melhor forma, qual seria a melhor atitude do cônjuge para a manutenção da harmonia do sistema da vida a dois?

Esse sistema de harmonia se baseia no amor que se transforma em crescente compreensão e respeito cada vez maior de um cônjuge para o outro, entendendo-se que, em efetuando o casamento, a pessoa não está criando uma união de anjos e sim um ajuste respeitável de criaturas humanas, pelo qual um e outro parceiro entremostram determinadas nuances de incompreensão, às vezes, a se traduzirem por grandes dificuldades que reclamam paciência e aceitação de uma parte para outra, no campo das relações recíprocas.


9. — Como tratar a criança no regime habitual de educação?

Vemos que a natureza não dispensa a disciplina em momento algum.

Se quisermos um jardim ou se esperamos rendimento mais amplo de um pomar, cogitamos de geometria, irrigação, apoio e preparação; em vista disso, acreditamos que a criança não prescinde da educação através de muito amor, aliado à disciplina, reconhecendo-se que no período da infância estamos vindo ou retornando do Mundo Espiritual com as nossas próprias necessidades de aperfeiçoamento.

Este é um ponto de vista do Espiritismo Cristão; na condição de criança, procedemos do Mais Além, com certos obstáculos de ordem espiritual.

Se não encontrarmos criaturas que nos concedam amor e segurança, paz e ordem, será muito difícil o proveito da nova reencarnação que estejamos encetando.


10. — Qual o mecanismo ideal para atingir a paz e a segurança entre os familiares vinculados à mesma casa e ao mesmo nome?

Cremos que este problema será perfeitamente solucionado quando esquecermos a afeição possessiva ou a ideia de que somos pertences uns dos outros. Quando nos respeitamos profundamente, cada qual procurando trabalhar e servir, mostrando a própria habilitação e o rendimento de serviço dentro das melhores tendências com que nasceu dentro do lar, um respeitando aos outros e os outros respeitando a cada um, então, com apreço recíproco e com o amor que sublima e liberta, o problema da paz em família estará solucionado com a segurança devida.


Francisco Cândido Xavier

Emmanuel


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