O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Caminhos de volta — Autores diversos


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Tesouro de surpresas

Dialogávamos sobre os problemas na atualidade. Por que descrer da Divina Sabedoria, quando a sabedoria da vida é um tesouro de surpresas em toda parte? Se o homem, quanto mais investiga a Natureza, mais se vê na obrigação de estudar para ir entendendo a Verdade, por que a descrença de tantas criaturas que negam a vida espiritual, dizendo ser impossível a prova da existência fora do campo físico?

Relacionando opiniões sobre o assunto, fomos às tarefas da noite. O Livro dos Espíritos ( † ) nos deu, de imediato, a questão 799. Após diversas explanações a respeito, foi a vez de nosso benfeitor Emmanuel trazer-nos sua palavra, através da mensagem “Nossos Irmãos Ateus”.


NOSSOS IRMÃOS ATEUS

1 Ante a suposta rebeldia dos nossos irmãos incrédulos, tolera com paciência a rudeza que, porventura, extravasem, sem vergastá-los com proposições e argumentos que talvez, por agora, não consigam aceitar ou compreender.

2 Reflete na extensão do sofrimento que, em maioria, nós, os Espíritos desencarnados e encarnados, em evolução na Terra, temos colocado na atmosfera do planeta e, se já alcançaste a fé viva nas Leis de Deus, compadece-te.

3 Eles desejariam aceitar a sobrevivência da alma, além do Plano Físico; no entanto, sem entender ainda o conteúdo de misericórdia com que a morte lhes subtraiu os entes amados, estiraram-se em desespero.

4 Ansiavam confiar na vitória definitiva da bondade humana, mas ainda distantes dos conhecimentos alusivos à reencarnação, presenciaram quadros selvagens de delinquência e jazem quebrados de angústia, ignorando que os empreiteiros do desequilíbrio e da crueldade estão algemados às consequências dos atos infelizes, forjados por eles mesmos.

5 Aspirariam a admitir a existência de mundos inumeráveis em faixas outras do Universo; entretanto, ainda longe de perceberem a vida sublimada em germinação neles próprios, agarram-se às impressões do cérebro condicionado em que lhes cabe servir e não conseguem registrar a presença do Espírito e da matéria em ondas de energia que lhes fogem ao critério de observação e ciência.

6 Quereriam crer na alma independente do corpo; no entanto, ainda inabilitados a reconhecer que o Espírito reencarnado usa o próprio envoltório, à feição do musicista com o violino em que se expressa e, enxergando o corpo na enfermidade ou na velhice, qual violino estragado ou sem cordas, espantam-se com a melodia desafinada ou com a ausência da melodia, quando o artista não mais consegue controlar o seu próprio instrumento ou utilizá-lo devidamente.

7 Diante dos nossos irmãos incrédulos, não lhes retires o direito de duvidar e sofrer.

8 São companheiros que resvalaram na sombra, muitas vezes assaltados por pesadelos sinistros e, por isso mesmo, despojados de equilíbrio e esperança.

9 Não lhes fujas à dor. Recordando o samaritano da parábola, ( † ) quando os encontrares, desce da alimária que simbolizamos em nosso reconforto íntimo, unge-lhes as feridas com o bálsamo da oração e ajuda-os a se acomodarem, tanto quanto possível, na hospedaria do tempo.

10 E, fazendo por eles a tua parte de amor, segue adiante, ao encontro das tarefas que te esperam presença e trabalho em teu próprio caminho, conservando a certeza de que Deus, cuja Infinita Bondade zela por todos nós, saberá o melhor modo de auxiliar e socorrer com eficiência e segurança a cada um.


Emmanuel


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