O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Colheita do bem — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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A prece é um banho de luz

26/10/1950


1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes muita saúde e paz no círculo das lutas redentoras em que procuramos o enriquecimento para a imortalidade.

2 Somos vários companheiros com vocês, mais atentos à prece, e agradeço a você, meu filho, a vibração impressa em suas palavras. Temos necessidade da oração para a alma, não só como louvor ou rogativa, mas também, digamos, como assepsia espiritual. A prece é um banho de luz interior. E partilhamos esses momentos de paz com enorme alegria nos corações!

3 Tenho estado junto de seus pensamentos, tanto quanto possível, nestes poucos dias de experiência tumultuária, mas observamos, para edificação nossa, que a vida em comum com a multidão é algo parecido a uma viagem por selva densa. A “flora” e a “fauna” dos pensamentos, por dizer assim, representam grandes fenômenos, sugerindo os mais amplos estudos em torno da inteligência encarnada. 4 Mas estejam vocês convencidos de que todo bem vale o que custa e, desse modo, qualquer serviço espiritual no campo da massa é sempre mais nobre por representar dilatação de esforço e aumento da improvisação em favor de nossas próprias experiências. 5 Quando o trabalho é mais difícil, é sempre mais agradável por mais precioso. Reporto-me a esses conceitos, meu caro Rômulo, anotando as suas conclusões rápidas ao redor de situações e pessoas que se revelam ao seu espírito, de inesperado, fornecendo-nos a impressão da distância em que se acha o “estado maior” da vida popular à frente das verdades divinas. 6 Eu também, noutro tempo, me confiei a vastíssimas ilações, vendo belas formações intelectuais cristalizadas em atitudes que me pareciam inúteis ou destrutivas, e preciosos talentos mergulhados no campo fantasioso do dinheiro, mas o tempo me auxiliou a renovar ideias e a reajustar impressões. Creia, meu filho, que todas as pessoas, de acordo com o índice de aproveitamento da vida que demonstram, se demoram situadas nas posições em que possam servir ao progresso geral com mais segura eficiência.

7 Nada existe de impróprio na esfera de nossas lutas, a não ser a impropriedade criada por nós mesmos quando atrasamos a nossa marcha na evolução comum. Dou-lhe esses pensamentos, acerca do assunto, porque estimo transmitir a vocês todos os recursos valiosos à serenidade íntima que tenho encontrado. A arena de serviço humano é uma espécie de grande estabelecimento muito bem administrado. Aí dentro há de tudo — experimentos, admissões a título precário, fixações relativas no tempo, retardamento, melhoria, promoções, etc., etc. 8 Se o homem quisesse acordar realmente para a noção de responsabilidade e de trabalho, abandonando o regime de “subnível” em que se movimenta, o aprimoramento individual e a glória coletiva surgiriam na Terra com sublime esplendor para a vida imperecível. Infelizmente, porém, os subchefes do trabalho, com a supervisão natural do Cristo, nosso Mestre e Senhor, são compelidos a esperar a melhoria de padrão interior de inúmeros mordomos e servos do patrimônio terrestre. 9 Quando observamos um homem vigoroso e sagaz completamente entregue aos princípios do ganho material, estejamos certos de que o manuseio do dinheiro é a melhor colaboração que ele pode, por enquanto, prestar à Direção Divina do mundo e não estejamos menos certos de que o próprio material de sua predileção será, mais tarde, o instrumento de sua transformação para o Plano superior que ele possa alcançar. E nesse escalão podemos apreciar todas as demais classes de atitude nos círculos da vida comum. Demoramo-nos nas “situações magnéticas” mais agradáveis e nelas mesmas colheremos os recursos precisos à renovação.

10 Daí a grandeza de nossas oportunidades no presente, porquanto conhecemos agora, com relativa exatidão, o valor supremo do serviço individual em qualquer setor de luta. Cada homem é uma espécie de refletor direto da Divindade. Aprimoremos o instrumento, que somos nós mesmos, e o Senhor, através dos seus órgãos mais elevados de expressão e manifestação, nos utilizará para as obras mais altas. Até agora, meu filho, sabemos que o mais prudente e o mais seguro é aquele que aproveita a oportunidade, mas vamos aprendendo também que se o homem gasta o ensejo para o bem comum, torna-se ele o instrumento que a Divina Oportunidade aproveita na prosperidade de todos. Dessa maneira, reconhecemos que sabendo escolher seremos escolhidos.

11 Quanto ao mais, deixemos o comboio da existência humana com as suas rodas em movimento. Há muito que andar para essa locomotiva gigantesca, a impulsionar dois bilhões aproximados de espíritos humanos, em fluidos densos, com esmagadora percentagem de inclinação para a animalidade primitiva. Jesus nos ampare a todos e continuemos caminhando. Dentre os amigos que vieram repousar construtivamente em nossas orações desta noite, saliento o nosso companheiro Raphael, que lhes deixa um grande abraço.

12 Descansem tranquilos, com a satisfação dos deveres bem atendidos. A vida é um presente sublime que se revela sem passado e sem futuro quando sabemos encher o dia com a luz do serviço digno e santificante.

Esperando que os benefícios da nossa prece atinjam a todos os nossos amados, presentes no templo doméstico e ausentes dele, deixa-lhes um abraço muito carinhoso o papai que não os esquece,


A. Joviano


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