O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Cartas do Coração — Autores diversos — 1ª Parte


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No apostolado feminino

1 O apostolado das mães é o serviço silencioso com o Céu, em que apenas a Sabedoria Divina pode ajuizar com exatidão.

2 Ser mãe é ser anjo na carne, heroína desconhecida, oculta à multidão, mas identificada, pelas mãos de Deus.

3 Ele conhece o holocausto das mães sofredoras e desoladas e sustenta-lhes o ânimo através de processos maravilhosos de sua sabedoria infinita, assim como alimenta a seiva recôndita das árvores benfeitoras.

4 Um instituto doméstico, em muitos casos, é cadinho purificador.

5 Aí dentro, as opiniões fervilham na contenda inútil das palavras, sem edificações úteis; velhos ódios surgem à tona das discussões e sentimentos, que deveriam permanecer esquecidos para sempre, aparecem à superfície das situações, embora muitas vezes imanifestos nos entendimentos verbais.

6 O que nos interessa, porém, é a nossa redenção.

7 O sacrifício é a nossa abençoada oportunidade de iluminação.

8 Sabemos, no entanto, que para o carinho maternal, o combate é intraduzível.

9 Na batalha sem sangue no coração.

10 No espinheiro ignorado.

11 Na dor que os olhos não visitam.

12 O devotamento feminino será sempre o manancial do conforto e da bênção.

13 Quando se interrompe o curso dessa fonte divina, ainda mesmo temporariamente, a vida do lar sofre ameaças cruéis.

14 As experiências no sexo masculino conferem à alma um senso maior de liberdade ante os patrimônios da vida, e o homem sente maior dificuldade para apreciar as questões do sentimento como convém.

15 Para os que se confundem na enganosa claridade dos dias terrenos, a existência carnal é somente recurso a incentivar paixões e alegrias mentirosas, todavia, para quantos fixem o problema da eternidade, com a crença renovadora no altar do espírito, a romagem planetária é divino aprendizado para a redenção.

16 O lar terreno é a antecâmara do Lar Divino, quando lhe aproveitamos as bênçãos do trabalho santificante, porque, 17 na realidade, se o martelo e o buril são os elementos que aprimoram a pedra, a dor e o serviço são as forças que nos aperfeiçoam a alma.

18 Trabalhar e sofrer são talvez os maiores bens que nossa alma pode recolher nos pedregulhos da Terra.

19 Toda dor é renascimento, toda renúncia é elevação e toda morte é ressurreição na verdade.

20 O Tesouro Divino não se empobrece e, para Deus, os filhos mais ricos são aqueles que canalizaram os recursos do serviço a bem de todos, sem cristalizarem a fortuna amoedada nos cofres de ferro, que às vezes, cedo se convertem nos fantasmas de angústia, além do sepulcro.

21 Aqui, entendemos, com clareza mais ampla, o caminho da eternidade.

22 Mais vale semear rosas entre espinhos para a colheita do futuro, que nos inebriarmos no presente, com as rosas efêmeras dos enganos terrestres, preparando a seara de espinhos na direção do porvir.

23 Não percamos o dia para que o tempo não nos desconheça.

24 A dificuldade é nossa bênção.

25 Amemos, trabalhando nas sombras de hoje, a fim de que possamos penetrar, em companhia do Amor, na divina luz do Amanhã.


Agar


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