O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Amor e saudade — Familiares diversos


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Mário Roberto Quirino dos Santos

NASC.: 15.04.1954 — DESENC.: 27.02.1981

Mário Quirino dos Santos, progenitor de Mário Roberto, conta a experiência e a visão que tivera na noite em que seu filho sofrera o acidente que o vitimara para a sua partida do Mundo Terreno.

Para aguardar a chegada do sono, Sr. Mário ficara só na sala diante do aparelho de TV, assistindo determinado filme que não chamava sua atenção. As horas ganhavam o espaço da noite e por volta das vinte e duas horas pensou em desligar o aparelho. Neste ato, surpreso, intermediando sua pessoa e o aparelho de TV surge-lhe um quadro: uma cena mostrava seu filho Mário Roberto com aspecto de aflição.

Preocupou-se fortemente, percebendo que seu filho precisava de ajuda. E de que maneira poderia ajudá-lo se não sabia onde e por quê?

Era de seu conhecimento que Mário Roberto combinara com a sua noiva Edna de não se verem por um tempo determinado, como teste de valorização afetiva, por essa razão não estaria no único lugar possível de encontrá-lo: na casa de Edna.

Seu desespero aumentou quando, pela segunda vez, outra cena aparece: Mário Roberto, sem forças e o corpo manchado de sangue.

Assustado e com pressentimento, decidira dormir, sem saber como contar à esposa o ocorrido. Mal acabara de levantar-se do sofá com a mão no interruptor apagando as luzes, toca a campainha. Trêmulo, desequilibrado, atende à porta.

Um amigo de Mário Roberto no portão.

Imaginara algo, uma batida de automóvel trazendo um pequeno ferimento ou fratura sem gravidade.

O jovem dizia inicialmente que Mário Roberto estava hospitalizado. Fora atingido por um projétil, resultado de desentendimentos de duas pessoas no trânsito.

Não pudera dar maiores detalhes do acontecido.

Apressado ruma para a Casa de Saúde, e encontra seu filho na UTI, onde ficou toda a noite. Os jovens que para lá acorreram fizeram os mais diversos comentários e, dentre eles, um rapaz de nome Gilberto, ao qual fora endereçado o tiro que acabou acertando Mário Roberto por estar à frente ao tentar evitar a tragédia.

Na manhã do dia 28 de fevereiro de 1981, em sua casa, próximo à casa hospitalar, após passarem a noite reunidos em orações com a família e amigos, dois companheiros prestativos o chamam ao portão e, sem coragem de dar a notícia, deixavam um para o outro o que não precisava ser dito.

Mário Roberto partira para o Plano Espiritual, deixando as mais belas lembranças aos pais que o amaram e amam, pois, da saudade, as lembranças se tornam vibrações de vida que se incrustam nos corações que ficam, como alimento divino.


ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM


Pais: Mário Quirino dos Santos e Maria Pereira dos Santos.

Irmãos: Emmanuel Quirino dos Santos, Evandro Quirino dos Santos, Luciana Quirino dos Santos, Danyela Quirino dos Santos.

Bisavós: Maria Francisca Pires, materna desencarnada há 25 anos. Maria Peres Pereira, paterna, desconhecida para o Sr. Mário que tomara conhecimento de sua existência através da mensagem, pois nunca fora cogitado seu nome, no matrimônio do casal Mário e Maria, havia desencarnado na tenra idade de D. Maria.

Noiva: Edna Maria Nobre Bueno.

Gilberto: Nome da pessoa envolvida em discussão de trânsito que, perseguido, seria o alvo do projétil que atingiu Mário Roberto.

José e Antônio: Forma de expressão usada por Mário Roberto em vida na Terra.


NOTA: Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação por ocasião da leitura da mensagem do Espírito.


MENSAGEM


1 Querida mãezinha Maria e querido papai Mário. Antes de tudo peço-lhes que me abençoem.

2 Estou aqui sob a tutela da vovó Maria Francisca, que me recomendou trazer algumas notícias. 3 Embora um tanto acanhado ante a perspectiva de escrever num ambiente estranho à família, sinto-me envolvido num clima de paz e simpatia que me desinibe e deixa à vontade para dizer-lhes que vou bem, tanto quanto possível.

4 Se me lembro da ocorrência infeliz? Recordo-a sim. Um projétil que se desviou do alvo me alcançou quando eu não esperava, senão, a possibilidade de respirar um ar diferente das ruas, entretendo-me com amigos.

5 Tiro para quem? Afinal fiquei desconhecendo as minudências do assunto. Os companheiros eram vários.

6 Seria para Gilberto? Para José, para Antônio? Não houve tempo para realizar qualquer verificação. Cai à maneira de um animal abatido por experiente caçador, e não vi mais nada. O tumulto se fez muito grande. O carro passava veloz.

7 Disse-não-disse, e meu pensamento interessado na escuta vacilou e por fim apagou-se inteiramente. 8 Quando me reconheci na fase final de minha existência, quis rezar mas era tarde. 9 A cabeça rodopiava e um torpor invencível me situou num desmaio que até hoje não pude compreender.

10 Do intervalo que se fez por dentro de mim próprio, nada sei. 11 O sono e o silêncio me tomaram os sentidos por inteiro. 12 Impossibilitado para medir o tempo — creio que despendi muitas horas ou muitos dias para poder despertar.

13 A senhora que velava junto a mim não se deu pressa em se anunciar. Esperou calmamente até que meus olhos se descerrassem de todo e que a vontade de conversar descesse da razão para a boca. Interpelada por mim, esclareceu que me buscara justamente quando tombei desprevenido.

14 Vovó Maria Francisca foi o nome que me deu para nomeá-la. Em seguida às primeiras perguntas minhas, outra senhora se postou ao nosso lado, auxiliando-me. Declarou chamar-se Maria Peres, e me vi acalentado no meu desgosto das primeiras horas por dois corações maternos que tudo fizeram para que eu alcançasse equilíbrio possível com que estou contando para lhes escrever.

15 Pensei nos pais queridos, nos irmãos e na Edna Maria. Entretanto, era preciso conformar-me e esperar que as energias se me recompusessem.

16 Mãezinha, peço-lhes não me lastimarem com o pesar com que ainda o fazem. Aprendi com a vovó Maria Francisca que lamentável seria se eu tivesse que me arrepender por despojar a vida de alguém.

17 Graças a DEUS isto não aconteceu. E conquanto o meu desejo fosse de formar o meu próprio refúgio com nossa Edna, venho aprendendo a rogar a Jesus para que a proteja, lhe encaminhe os passos para a felicidade que não lhe pude dar.  Confio que a nossa querida companheira será como sempre muito abençoada e espero que a Divina Providência faça de mim um irmão que a proteja e seja útil. 18 Os irmãos queridos Emmanuel e Evandro com as queridas irmãs Luciana e Sílvia estão sempre em minhas saudades, e a nossa pequena Danyela é uma estrela em seus braços maternos a clarear o futuro.

19 Mãezinha querida e meu querido papai Mário, agradeço-lhes por não haverem conduzido o que me sucedeu a laços de processos que somente me serviriam de prisão e recordação que devo desmanchar inteiramente.

20 O mal que sofremos é sempre uma bênção se não nos rendermos a sentimentos de revolta. Basta ao nosso infeliz irmão, que não conheço, a dor de haver provocado aquele conflito em que fui compelido a perder o corpo físico a fim de entrar na vida espiritual.

21 As saudades são muitas, como não poderia deixar de ser, mas haveremos de transformá-las em orações de esperanças que nos auxiliem no futuro melhor. Envio muitas lembranças aos irmãos e irmãs, com o beijo à nossa querida Danyela.

22 Quanto ao mais, peço aos queridos pais continuarmos em paz buscando fazer o melhor ao nosso alcance.

23 Um abração ao papai Mário Quirino e para a mãezinha todo o coração saudoso e reconhecido de seu filho


Mário Roberto


DEPOIMENTO


Oh Deus!…

Abençoe as mãos de Francisco Cândido Xavier, pelas quais nos tem chegado consoladoras mensagens de alento, ânimo e esperança.

Que o Pai o ampare e o proteja sempre, afim de poder continuar a sublime tarefa de amenizar dores, enxugar lágrimas e consolar os aflitos.

Obrigado caro amigo Chico Xavier.

Paz, saúde e alegrias.


Mário Quirino dos Santos e família


Rubens S. Germinhasi


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